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Igreja

Um dos pensamentos mais antigos do homem, a religião,existe praticamente desde que o homem desenvolveucapacidade de raciocínio.

A religião é representada pela fé, ou confiança, aoacreditar no que os outros dizem, no que os maisvelhos ensinam, sem ter tido contato com aquilo sobreo que eles falam.

Alguns poucos podem dizer que viram, ou falaram comsua figura divina, mas existem muitos, que mesmo semrelatar ter tido tal experiência, também acreditam atécegamente nela. Ou seja, eles acreditam, confiam,naqueles que alegam ter visto algo, mesmo sem essespoderem provar ter visto qualquer coisa.

Também acreditam no que está escrito na Bíblia, ou naTora, ou em qualquer outro dos inúmeros livrosreligiosos. Nesse caso, estão acreditando emensinamentos supostamente divinos, mas no entantoreunidos e escritos pelas mãos dos homens, criaturastão inclinadas a erros…

Ouvi falar que a figura da Virgem Maria, tão conhecidapelos religiosos, tão adorada, com tantos feitosespetaculares, sendo deles o principal o miraculosomodo pelo qual engravidou sem relações sexuais, naverdade não é virgem. Na tradução da Bíblia do latimpro inglês, o tradutor (apenas um humano,naturalmente) cometeu um erro, e traduziu a palavrajovem por virgem. Deveria ser apenas a Jovem Maria,mas devido a esse erro, surgiram, não se sabe como, ouquando, historias que contam Maria engravidando mesmosendo virgem. Se isso for realmente um erro detradução, então foi inventada uma historia sobre umadivindade apenas para fazer com que a Bíblia estejacerta, contando uma mentira, uma mentira que deveráser aceita por todos os que tem fé, pois estando naBíblia é divino, e sendo divino, está correto.

Seria muito fácil ter inventado muitas coisas arespeito de deus e seus feitos antigamente, e alegarser verdade, sem que alguém duvidasse, e depoisespalhar essa historia ate que ela seja escrita,montando um fato divino. Quem garante que ninguém fezisso? É preciso ter muita fé…

A religião também foi a principal responsável pormuitos atrasos em relação a descobertasrevolucionárias, e apenas para se beneficiar.

Contam-se muitas histórias de pessoas que tentaramcontrariar as idéias da igreja com fatos que maistarde se provaram verídicos e acabaram, literalmente,queimadas.Como quando disseram que a terra não era ocentro do universo, era redonda, ou girava em torno dosol. Aparentemente, quando havia uma discussão sobrealgum fato, o primeiro a dizer “é assim porque deusdisse que é” ganhava, e o primeiro a o contrariarmorria. Para a igreja “pegava mal” ser provada errada,pois punha em xeque a fé cega dos fieis, pois comoeles podem confiar tanto em algo que vive sendocorrigido?

Por se impor de forma a não deixar ninguém acontrariar, e por fazer promessas tais como o paraísopara os que a obedecessem e ameaças tais como oinferno para as os que a traíssem, ou mesmo nãopensassem como ela, a igreja dominou a mente daspessoas, chegando ate, durante longo período, ter maisinfluencia no povo do que o próprio governo! Aindahoje, em tempos da ciência e dos fatos, avançoscientíficos tais como a clonagem são censurados porórgãos religiosos. O céu e o inferno são promessas queme lembram de historias usadas para crianças secomportarem bem, nas quais se elas demoram a ir dormiro bicho-papão vem pegar elas, e se forem bemcomportadas o ano inteiro, Papai Noel vem lhes darpresentes. Ora, os adultos já descobrem que não existenem bicho-papão nem Papai Noel! Quando vão perceberque também não existe nem céu nem inferno?

A ciência é a maior das oposições à religião, sendoque a cada avanço seu o mundo se torna mais revelado,menos misterioso, mais explicado, não sobrando muitoespaço para as antigas explicações do gênero de “éassim porque deus disse que é”. Os antigos viviam numlugar um tanto quanto estranho, no qual as vezes caiaminfinitas gotas de água dos céus, as vezes bolas deneve, as vezes as noites tinham muitas estrelas, e asvezes não. De repente pessoas paravam de respirar,morriam, e ninguém sabia explicar isso, ou pessoasnasciam cegas, também não se entendia o que aconteciaaí. A igreja veio para apoiar as pessoas, trazendoexplicações um tanto quanto satisfatórias para aépoca, e tirando muitas dúvidas, sendo muitooportunista. Sim, oportunista, pois num tempo ondepessoas não tinham apoio, a igreja as apoiava comidéias falsas, a fim de ganhar sua confiança, e asprometia paraísos e vidas eternas a fim de ganharajudantes, terras, dinheiro, etc.

Débito Impagável

Um jovem pequeno empresário de aproximadamente 26 anos, demonstrava sua indignação com determinada agência bancária. Seu nome estava no SERASA e SPC desde agosto/98, fruto de um débito com este Banco.

Acontece que seu último movimento que gerou este débito foi exatamente em 28.10.1996 e o valor pendente, na época, era de R$.2.560,21 (dois mil quinhentos e sessenta reais e vinte e um centavos).

Ele realmente ficou devendo o valor acima, mas não a partir de agosto/98, e sim de outubro/96, ou seja, o Banco somente efetivou o registro da inadimplência quase dois anos depois. A partir de 1999, recuperado, procurou a agência para resolver o problema. Como sempre acontece, esbarrou nas dificuldades tradicionais.

Valores elevados, exigências de fiador, 20% de sinal, etc, etc.

Pediram para fazer uma carta, e ele a fez! Não obteve resposta… Seis meses depois fez outra, também sem resposta. Por indicação de um amigo me procurou alarmado com os valores atuais.

Assumimos o caso e procuramos o gerente da agência. Conversamos e ele resolveu calcular o débito com juros de 8% ao mês acumulativo baseado em 57 meses de atraso. Resultado: o valor encontrado foi de R$ 207.000,00 (duzentos e sete mil reais) e uns quebrados…Dei uma risada sutil e ele sorriu também,perguntando qual a proposta do seu cliente???

Respondi firmemente: vamos calcular o valor da época que originou o débito, com 12% ao ano conforme determina a lei de usura decreto 22626/33.

Em cima deste cálculo, o pagamento será efetuado à vista. Claro que sua resposta foi negativa, já que neste cálculo encontramos pouco mais de 4 mil reais. Já ingressamos com ação competente na Justiça através do nosso departamento jurídico.

Como se vê, a ganância do sistema financeiro estimula a manutenção e o crescimento da inadimplência, entretanto, se beneficiam daqueles que não recorrem adequadamente para defender seus direitos submetendo-se ao sacrifício do ônus que representa quitar um DÉBITO IMPAGÁVEL.

A Tragédia de Ser Fiador no Brasil

Este é um desabafo e uma tentativa de se tentar que algo mude neste país de forma a que as pessoas não continuem sendo prejudicadas por ter boa fé, confiar em demasiado na honestidade alheia e em determinado momento se encontrar de pés e mãos atadas por depender da justiça brasileira que realmente tarda e muitas vezes falha.

Caí na armadilha de ser fiador de minha irmã no aluguel de seu imóvel residencial e também no imóvel comercial onde funciona loja. Até o início de 2000 ela demonstrava ser uma pessoa honesta e sempre arcava com seus compromissos, porém, por razões obscuras tive a infelicidade de constatar que o aluguel não vem sendo pago desde junho de 2000. O montante mensal dos dois aluguéis é de aproximadamente R$ 2.300,00 e com as multas por atraso, passa a aproximadamente R$ 2.700,00 por mês. Como a inadimplência já atinge os 12 meses, a dívida já se aproxima dos R$ 40.000,00 incluindo as custas judiciais. As duas imobiliárias entraram com ações de despejo em outubro de 2000 e, passados 7 meses, a justiça (justiça?) demora a tomar uma atitude e a inquilina, munida de toda sua má fé e desonestidade, recorre e contesta a ação de despejo, mesmo sabendo que não terá como obter tal montante para pagar a dívida, tentando assim de todas as formas possíveis adiar o inevitável. Enquanto isto permite-se que a ação na justiça se arraste indefinidamente sabendo-se que o único prejudicado no fim das contas serei eu, como fiador, que terei que pagar a dívida da inadimplente ou ter o único imóvel onde moro penhorado para pagar tal dívida.

Não é possível entender como a justiça permite que uma pessoa ocupe um imóvel por um ano sem pagar o aluguel e demais encargos, prejudicando o proprietário, que muitas vezes conta com tal aluguel, e prejudicando também o fiador que é co-responsável pela dívida. Meu relacionamento com a inquilina, que outrora era minha irmã, está deteriorado de tal forma que se tornou impossível o diálogo e tudo que aparentemente se pode fazer é cruzar os braços e pedir a deus que dê um fim ao suplício pois se depender da justiça a dívida continuará crescendo mês a mês até que o juiz decida por ordenar que os imóveis sejam desocupados.

Este desabafo é para que outras pessoas de boa fé reflitam antes de se comprometer com uma fiança, confiantes de que a pessoa irá agir com honestidade e encarar a possibilidade de em determinado momento a pessoa mudar e não ter a decência de tomar uma atitude honesta que é a de desocupar o imóvel antes que a dívida chegue a um patamar inaceitável. Óbviamente não devemos generalizar pois muitas pessoas são honestas e quando se vêem numa situação onde não podem pagar o aluguel, conversam com o proprietário e fiador e negociam uma saída de forma a que ninguém seja prejudicado. Infelizmente não foi e não está sendo este o meu caso.

A pergunta é: Por que a justiça acaba por ser tão injusta por ser lenta? Descobri que a única coisa que um fiador pode fazer é esperar que saia a sentença e se entregar aos carrascos. Depois que uma pessoa concorda em ser fiadora, o único direito que ela tem é o de pagar o aluguel caso o locatário não arque com suas responsabilidades. É praticamente impossível se exonerar da fiança, principalmente quando já existe uma ação de despejo em curso. O fiador fica à mercê de uma decisão da justiça que é realmente cega. Aliás, tenho o direito de regresso que parece chacota neste caso pois é muito pouco provável que a devedora consiga mesmo em anos me reembolsar tal montante.

Definitivamente podemos concluir que este não é um país sério e é triste constatar que terei que pagar uma dívida que não fiz e que a pessoa em quem depositei minha confiança não age com a honestidade e decência que eu esperava não desocupando os imóveis e, muito pelo contrário, recorre a todos os artifícios possíveis para postergar o quanto puder o processo de despejo e, enquanto isso, continua com suas atividades no imóvel comercial ganhando dinheiro e nada fazendo para reverter o quadro ou não deixar que ele se torne ainda mais crítico.

Isto para não mencionar que em muitos casos por aí afora existe a conivência do próprio locador que, sabendo que cedo ou tarde receberá aquilo que lhe é de direito, seja do inquilino ou do fiador, e não se empenha para abreviar tal martírio pois quanto mais tempo passar maior será o valor a receber e como a justiça é justa, ordernará que o fiador pague por ter tido boa fé e ter tentado ajudar alguém.

Só nos resta realmente é pedir a deus que nos proteja e que traga alguma luz ao bom senso. Se depender da justiça, perco meu único imóvel e vou morar de aluguel. Aí vai ser a minha vez de precisar de um fiador e, mesmo sendo uma pessoa honesta e cumpridora das minhas obrigações, entendo o por que de ser tão difícil alguém concordar em ser fiador num país onde a justiça é realmente cega e inútil.

Autorizo a publicação de meu e-mail (hcbarros@mailbr.com.br) para o caso de alguém ter alguma idéia de algo que possa ser feito para diminuir esta angústia ou que tenham passado pela mesma infelicidade que eu estou passando e desejem desabafar.

Com a palavra os legisladores deste país.

Atenciosamente,

Hermes Coimbra de Barros