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Assassinar trabalhadores humanitários é inconcebível, diz coordenador de emergência da ONU

Lembrando na última sexta-feira (17) todos os trabalhadores humanitários assassinados no cumprimento de seu dever, o coordenador de emergência das Nações Unidas renovou o apelo para que civis e funcionários humanitários em todos os lugares sejam protegidos.

A cada ano, em 19 de agosto, Dia Mundial Humanitário, o mundo presta homenagem aos trabalhadores que distribuem ajuda a comunidades vulneráveis em algumas das crises mais perigosas do planeta.

Este ano, a data também marca o 15º aniversário do ataque terrorista contra a sede da ONU em Bagdá, que matou 22 funcionários, entre eles, o diplomata brasileiro e então chefe do Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH), Sergio Vieira de Mello.Famílias deslocadas da cidade de Quneitra, sudoeste da Síria, buscam abrigo em áreas e campos abertos. A estimativa é de que 140 mil pessoas estejam deslocadas na região.

Famílias deslocadas da cidade de Quneitra, sudoeste da Síria, buscam abrigo em áreas e campos abertos. A estimativa é de que 140 mil pessoas estejam deslocadas na região.

Lembrando nesta sexta-feira (17) todos os trabalhadores humanitários assassinados no cumprimento de seu dever, o chefe de assistência das Nações Unidas renovou o apelo para que civis e funcionários humanitários em todos os lugares sejam protegidos.

A cada ano, em 19 de agosto, Dia Mundial Humanitário, o mundo presta homenagem aos trabalhadores que distribuem ajuda a comunidades vulneráveis em algumas das crises mais perigosas do planeta.

“É inconcebível que civis e trabalhadores humanitários que estão tentando ajudar sejam mortos e mutilados em zonas de conflito com total impunidade”, disse Mark Lowcock, coordenador de ajuda emergencial da ONU e chefe de assuntos humanitários.

Este ano, a data também marca o 15º aniversário do ataque terrorista contra a sede da ONU em Bagdá, que matou 22 funcionários, entre eles, o diplomata brasileiro e então chefe do Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH), Sergio Vieira de Mello.

“Eu era pessoalmente próximo de alguns desses colegas, incluindo seu líder, o incomparável Sergio Vieira de Mello. Ele devotou grande parte de sua carreira ao ACNUR, onde eu também trabalhei muitos anos. Mas, tive a oportunidade de ter contato com ele durante seu tempo no Timor Leste onde teve um papel absolutamente essencial em garantir a liberdade da população do país e uma transição suave para a soberania”, disse em comunicado publicado nesta sexta-feira (17) o secretário-geral da ONU, António Guterres.

No ano passado, 139 trabalhadores humanitários foram mortos, 102 feridos e 72 sequestrados no cumprimento do dever, marcando o quinto ano consecutivo em que mais de 100 trabalhadores humanitários perderam suas vidas no trabalho. Além disso, é o maior número registrado de mortes anuais desde 2013, quando 156 humanitários foram mortos.

Também em 2017, das 42.972 pessoas supostamente mortas ou feridas por armas explosivas, três em cada quatro vítimas eram civis — um aumento de 38% em relação ao ano anterior.

“Precisamos que isso acabe”, enfatizou Lowcock.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, observou no seu relatório “Proteção de Civis”, publicado em maio, que ataques em seis países afetados por conflitos deixaram mais de 26 mil civis mortos ou feridos, enfatizando que para reverter um número tão elevado de mortes de civis, era necessária uma defesa sustentada.

Além de assegurar a passagem segura e desimpedida de suprimentos, governos e grupos militares não estatais são legalmente obrigados a proteger civis e trabalhadores humanitários em conflitos armados.

“É imperativo que mantenhamos homens com armas e poder responsáveis quando civis e trabalhadores humanitários são alvos ilegais”, argumentou Lowcock.

No Dia Mundial Humanitário do ano passado, mais de 2 milhões de pessoas em todo o mundo participaram de uma campanha on-line #NotATarget, para pressionar por mudanças contando histórias de civis em áreas de guerra e conflito.

Diante do sucesso da campanha, este ano a ONU e os parceiros humanitários lançaram uma “petição viva”, pedindo aos líderes mundiais que protejam melhor os civis e os trabalhadores humanitários.

Os cidadãos globais são convidados a “assinar” a petição com suas “selfies” por meio de um website personalizado que transforma suas fotos de duas dimensões em retratos em 3D de solidariedade.

As imagens de seus rostos fazem parte de uma instalação na sede da ONU e permanecerão lá durante toda a Assembleia Geral, que começa em 18 de setembro.

“Os milhares de rostos que compõem a petição viva serão exibidos para lembrar os líderes mundiais de sua obrigação legal de proteger os civis em conflitos”, disse Lowcock.

Em 2008, a Assembleia Geral designou o dia 19 de agosto como o Dia Mundial Humanitário para aumentar a conscientização sobre a assistência humanitária e homenagear as pessoas que arriscaram suas vidas para oferecê-la.