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Delegado diz que investigações apontam para responsabilidade de pilotos e de controladores de vôo

O Inquérito da Polícia Federal deve indicar que os dois pilotos norte-americanos do jato executivo Legacy e os controladores de vôo que os monitoravam são responsáveis pelo acidente que matou 154 passageiros do Boeing 737 da empresa aérea Gol, adiantou o delegado da Polícia Federal (PF) co-responsável pelo Inquérito, Renato Sayão Dias.

“Os pilotos deixaram de observar o correto funcionamento dos equipamentos de segurança”, garante Sayão. “Quanto aos controladores, até o momento, na nossa ótica, há fortes indícios de que eles falharam”. O delegado disse que ainda não é possível determinar se o possível erro teria ocorrido no Cindacta de Brasília ou de Manaus.

Em dezembro, a PF indiciou os pilotos Jan Paladino e Joe Lepore por crime culposo. Mas nenhum controlador de vôo foi indiciado até o momento. Na interpretação de Sayão, por serem militares eles só podem ser indiciados pela Justiça Militar. “Terminado o Inquérito, iremos encaminhar ao Ministério Público Militar todas as informações que colhermos para que sejam tomas as medidas cabíveis”, explicou.

Para Sayão, o prazo de mais 30 dias concedido pela Justiça Federal na última terça-feira (16) para que a PF conclua as investigações sobre as causas do acidente será insuficiente. De acordo com o delegado, o ideal seria, no mínimo, mais 60 dias. “Não há perícia simples de se fazer. A própria Aeronáutica já anunciou que só deve terminar suas investigações no final de 2007. Nós também precisaríamos de um prazo um pouco maior que os 30 dias”, defendeu.

Além de ainda ter de ouvir os controladores de vôo de Manaus, a PF aguarda que o Instituto Nacional de Criminalística conclua sua perícia. A PF também solicitou o conteúdo integral dos dados das caixas-preta de ambas as aeronaves. Para a Embraer, pediu dados sobre as caixas-preta dos aviões, documentações técnicas e sobre os transponders e TCAs do jato e do Boeing.

A PF também pediu ao Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea) as imagens dos radares de Brasília e de Manaus e a gravação contendo a conversa integral entre os controladores e os pilotos. Segundo a assessoria da PF, o Decea ainda não respondeu os pedidos.