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América Latina encerra período de 12 eleições com posse no Equador

A América Latina acaba de sair de um intenso período eleitoral. Entre o final de 2005 e o final de 2006, um presidente foi eleito ou reeleito por mês, em média. Este processo teve seu último ato hoje (15), com a posse de Rafael Correa no Equador.

Dos 12 candidatos vencedores, sete deles chegam ao poder com projetos que podem ser considerados de esquerda ou centro-esquerda, embora a tradicional divisão do espectro político entre esquerda e direita seja cada vez mais combatida.

O historiador e cientista político Luiz Alberto Moniz Bandeira, estudioso das relações internacionais nas Américas, por exemplo, contesta essa qualificação. Para ele, esta é uma questão “muito relativa”. “Ser de esquerda hoje é ser contra a política do Bush. O referencial é esse”.

Independentemente da qualificação ideológica que se possa dar, o fato é que o processo eleitoral da região chama a atenção, principalmente, por colocar e manter no poder líderes com propostas nacionalistas – e em alguns casos, socialistas –voltadas para a inclusão social e a redução das desigualdades. Muitos deles, também, com a retórica de independência em relação aos Estados Unidos, valorizando a importância da integração sul e latino-americana.

Rafael Correa é um desses exemplos, assim como o venezuelano Hugo Chávez e o boliviano Evo Morales. Alguns analistas internacionais ouvidos pela Agência Brasil nos textos publicados nesta série consideram essa a maior novidade da política regional de hoje, que difere a região do neoliberalismo que dominou os anos 90, quando a grande maioria dos países adotou o modelo proposto pelo Consenso de Washington.