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CPMI das Sanguessugas aprova relatório final

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Sanguessugas aprovou nesta quinta-feira (10), com o voto contrário do senador Wellington Salgado (PMDB-MG) e a abstenção do senador Sibá Machado (PT-AC), relatório elaborado pelo senador Amir Lando (PMDB-RO) que envia às Mesas da Câmara e do Senado, para encaminhamento aos Conselhos de Ética e Decoro Parlamentar, os nomes de 69 deputados e três senadores envolvidos nas denúncias sobre a “máfia das ambulâncias”. O relator considerou que há provas ou indícios suficientes contra esses parlamentares de prática de irregularidades no uso de recursos do Orçamento da União para a compra de ambulâncias com preços superfaturados.

Os Conselhos de Ética, agora, farão a devida apuração e adotarão as medidas regimentais de sua competência, em razão da conduta considerada incompatível com o decoro parlamentar, com fundamento no Regimento Interno das duas Casas. O relator deixou de encaminhar os nomes de outros 18 deputados para o Conselho de Ética e determinou o arquivamento das respectivas imputações, em virtude da inexistência de provas contra esses parlamentares.

Caso sejam julgados e condenados pela maioria dos integrantes dos Conselhos de Ética, os parlamentares serão julgados novamente pelo Plenário das respectivas Casas (Câmara e Senado). No Plenário, a votação é secreta e o quórum é de maioria absoluta (presente a maioria absoluta dos membros da Casa – no Senado é de 41 membros) para que haja cassação de mandato.

CapítulosCom 973 páginas – número que não inclui os documentos anexados -, o relatório conta, em seis capítulos, o início das investigações da chamada Operação Sanguessuga, a atuação do Ministério Público e da Polícia Federal, o tamanho do esquema de corrupção, as primeiras ocorrências, a atuação da família Vedoin e o funcionamento da empresa Planam. Lando também relata o grau de participação do Executivo nas irregularidades, as licitações feitas pelas prefeituras e as ramificações do esquema em outros segmentos da administração pública.

O relator também sugere medidas para coibir a corrupção com verbas do Orçamento da União, abordando amplamente as questões das emendas individuais de parlamentares, das emendas coletivas, do repasses de verbas, da execução orçamentária e da fiscalização e do controle dos recursos. Trata ainda de convênios e propõe providências administrativas a serem adotadas pela comissão.

A CPI, presidida pelo deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), foi instalada no dia 22 de junho para investigar denúncias de irregularidades no uso de recursos do Orçamento da União para a compra de ambulâncias com preços superfaturados.

O empresário José Darci Vedoin, proprietário da Planam Indústria, Comércio e Representações, é apontado como chefe da quadrilha que comercializava as ambulâncias superfaturadas por meio de um prévio acerto com prefeitos nas licitações. Ele é pai de Luiz Antônio Trevisan Vedoin, dono da Santa Maria Comércio e Representações, também envolvido nas fraudes. Outra envolvida nas irregularidades é Maria da Penha Lino, ex-assessora especial do Ministério da Saúde. Ela intermediava o esquema no Ministério da Saúde.

Para ver o relatório final, < a href="http://www.senado.gov.br/web/relatorios/cpi/Sanguessugas/relatório%20sanguessugas.pdf"> clique aqui .