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A violência contra as mulheres islâmicas

O objetivo desse trabalho e um estudo sobre a violência empregada na sociedade islâmica com as mulheres, baseada na força dos padrões culturais e no uso de praticas de dominação.

O mundo islâmico: o que versa o alcorão e seu verdadeiro poder de dominação em relação às mulheres.

O Islam surgiu na península arábica no inicio da século VII, com as primeiras revelações de Deus ao profeta Mahammad, por intermédio do anjo Gabriel. Constituiu o alcorão, o livro sagrado dos muçulmanos,um livro que tinha as normas que iria reguer a sociedade a partir daquele momento.

É um conjunto de advertências, sugestões, injunções, e princípios religiosos, morais, éticos e jurídicos. Os árabes se organizaram e continuaram a seguir os ensinamentos desse livro sagrado como forma de expressão do seu povo, tradição que vincula gerações e gerações de muçulmanos com o propósito de ter cada vez mais fortalecida a relação de submissão aos ensinamentos desse livro sagrado.

No mundo islâmico, a mulher, de acordo com o islam é um ser humano que tem uma alma da mesma natureza que o homem, e que ambos, homens e mulheres gozam de mesmos direitos.

Sendo assim, a mulher para o Islam é um ser responsável e não pode ser desrespeitada ou descriminada em razão de seu sexo. Só que a mulher assume na sociedade um papel, que apesar da relativa liberdade, que poderia desfrutar, o mundo árabe pré- revelação era patriarcal, moldado pelo homem, e a mulher não passava de vítima constante da dor, do sofrimento, da solidão, da humilhação e da exploração física, emocional e sexual.

E hoje, continua percorrendo o mesmo caminho uma vez que a mulher é vista como um ser que não pode expor suas atitudes contrárias ao que rege o alcorão, podendo, desse modo ter como penalidade a perda da própria vida.

As mulheres devem ter comportamentos reservados que não exponham seus desejos e anseios, devem ser submissas aos maridos e fazer o necessário para não contrariar as ordens que são impostas pela sociedade.

Apesar do Islam atribuir a mulher direitos, esses nem sempre são respeitados. O islam garante à mulher o direito a individualidade, a educação e instrução, a liberdade de expressão, o direito de contratar, direito à herança e privilégios.

Determina que a mulher tem individualidade igual ao do homem por possuir alma, e que Eva não e é a única responsável pelo pecado originado em toda a humanidade. Para esse povo, foram Eva e Adão que erraram, ambos foram tentados, ambos pecaram e souberam manifestar seu arrependimento.

A mulher é responsável pelos seus atos, possui uma personalidade independente, dotada de qualidades humanas e digna de aspirações espirituais. Pode sozinha tratar de questões financeiras.

Como mencionado acima, a mulher tem direito a educação e a instrução. As mulheres devem ter vida própria e ir a busca do conhecimento. E deve expor suas opiniões segundo o livro sagrado.

Mas, como é notável, a mulher muçulmana nem sempre goza desses direitos que o alcorão a reserva. Vários fatos ocorridos no islam vêm a mostrar que existe uma bruta diferenciação entre seu texto sagrado e a prática.

No islam se comete com as mulheres as maiores atrocidades no que se referem ao seu direito de escolha e de opinião. Questões como sexo não são discutidas abertamente, são verdadeiros tabus que são inseridos ao longo das gerações.

Ocorre, que tem quem faça comparações entre o mundo oriente e o mundo ocidente e ache natural o que ocorre no oriente por justamente possuírem uma realidade contrária ao do ocidente.

No ocidente, as mulheres também sofrem várias violências, mas já possuem uma conscientização melhor formulada, por estarem se revoltando contra esses ideais de dominação e submissão.

Com as mulheres a violência é maior, pois a cada momento seus passos são guiados pela figura masculina que exerce um alto grau de poder. Para elas, a depender do seu poder de critica em relação aos seus direitos que estão sendo massacrados, elas não questionam e aceitam como algo natural e que faz parte da sua vida eternamente.

Mas, podemos questionar com os olhos mais voltados ao direito da dignidade humana, da liberdade e da privacidade, onde esses princípios se aplicariam as casos em que as mulheres são mutiladas sexualmente para não poderem sentir prazer , devem ter os rostos cobertos para manter sua integridade como mulher. E tantas vezes aceitar calada o que não devia aceitar, com medo da repressão que podem sofrer perante a sociedade autoritária.

A violência vivenciada pelas mulheres islâmica: fonte de sofrimento e tratamento desumano.

As mulheres no mundo islâmico são excluídas das decisões políticas e econômicas. São seres tratados como bichos, e tendo importância inferior a um camelo por alguns segmentos dos árabes.

São essas mulheres tidas como objeto de coleção pelos homens que fazem da poligamia um meio de vida para ter vários descendentes que vão continuar a aplicação da prática machista, em que quando tem filhas, elas quando não são mortas, muitas vezes são rejeitadas, e discriminadas.

As mulheres para essa sociedade são máquinas de gerar mais adeptos ao alcorão, sem poder de decisão. Não podem se expor e quando se arriscam a usar esmalte nas unhas, por exemplo, correm o risco de terem seus dedos cortados pela audácia.

A adultera é apedrejada.E as mulheres se não houver a permissão do pai ou de algum homem responsável, não podem casar. Cobrem todo o corpo com as bugras, inclusive o rosto com véu, aparecendo apenas o nariz e os lábios.

Não podem estudar e muitas delas são mantidas no analfabetismo e pouco participam do sistema litúrgico do islamismo. Então, como pode essas mulheres se sentirem em poder de desfrutar seus direitos como seres dignos de, se não possuem a menores condições de vida como seres pensantes e atuantes.

O fundamentalismo islâmico, é uma distorção dos princípios do islão , relega a mulher a uma posição incompatível com todas as conquistas humanas no campo dos direitos humanos e do direito internacional.

Por isso, Fica tão destacado que os conflitos que ocorrem no mundo islâmico também derivam desse tratamento que tem as mulheres , em serem humilhadas e degradadas.

Ocorre também a violência doméstica no mundo muçulmano. Ainda que as pesquisas sobre a difusão da violência familiar entre muçulmanos estejam apenas começando, imams, líderes comunitários e assistentes sociais na América do Norte confirmam, que as mulheres muçulmanas estão sendo afetados por este devastador problema social.

O Fundo para a Prevenção da Violência Familiar descreve o abuso doméstico como “um modelo de comportamentos propositados, direcionados para se alcançar a submissão da vítima ou o controle sobre ela”.

O abuso doméstico se caracteriza por uma forma de ataque e comportamento coercitivo, inclusive ataques físico, sexual e psicológico, assim como a coação econômica. Tais comportamentos incluem empurrões, destruição de valores, ferimentos .

A violência física pode levar à fratura de ossos, lesões na cabeça, perda de visão e até à morte. Entre as vítimas, o abuso emocional leva a um espírito alquebrado, com sentimentos de desesperança, opressão e desamparo.

Os sinais da violência doméstica incluem o comportamento controlado, o isolamento, a raiva descontrolada, hematomas inexplicados, padrões de pensamento irracional, intimidação, “piadas” sobre arrumar uma outra esposa, apelidos e observações que degradam a auto-estima da vítima.

A violência doméstica tem um padrão cíclico, que vai da explosão ao remorso e, finalmente, de volta à explosão. As Mulheres são as maiores vítimas. Muitas vezes um cônjuge inflige um sofrimento ao outro mas ambos os cônjuges podem se ferir um ao outro.

A maioria das mulheres espancadas têm crianças machucadas física e emocionalmente pelo violência em seus lares. Mais da metade das crianças cujas mães apanham estão propensas a sofrer abusos físicos. O abuso doméstico também ocorre durante a gravidez e pode afetar gravemente a criança ainda no útero. De 8% a 26% das mulheres espancadas estavam grávidas durante o abuso.

A violência contra a mulher faz parte da tradição islâmica. O Profeta Mohammad (saw) orientou os muçulmanos a respeitarem as mulheres mais o mesmo não ocorre na prática, assim dizia “Eu ordeno que sejais gentis com as mulheres.” Ele também disse: “O melhor dentre vós é o melhor para a sua família (esposa)”.

O Alcorão insiste em que os maridos sejam gentis e atenciosos com suas esposas, ainda que elas se indisponham com os maridos ou que o desamor cresça dentro dele.

Também foi proscrita a prática dos tempos pré-islâmicos de se herdar as mulheres como parte do patrimônio do falecido. Uma tradução do Alcorão diz “Ó fiéis, não vos é permitido herdar as mulheres contra a vontade delas, nem as atormentar, com o fim de vos apoderardes de uma parte daquilo com que as tenhais dotado, a menos que elas tenham cometido comprovada obscenidade E harmonizai-vos com elas, pois se as menosprezardes, podereis estar depreciando seres que Deus dotou de muitas virtudes.” (Alcorão 4:19)

O Dr. Jamal Badawi, autor de “Gender Equity in Islam”, discute o capítulo 4, versículo 34 do Alcorão, que é muitas vezes usado para justificar maus tratos nas mulheres. Ele indica: “Em hipótese nenhuma o Alcorão estimula, permite ou desculpa a violência familiar ou o abuso físico”. Nos casos extremos e sempre que um malefício maior, como o divórcio, é a opção possível, num esforço de salvar o casamento, é permitido ao marido dar uma palmada leve com miswak (uma pequena escova de dentes natural) em sua esposa, desde que não provoque qualquer espécie de dano físico ao corpo nem deixe marcas.

Pode servir para chamar a atenção da esposa para a gravidade de continuar com um comportamento irracional e somente se recorre a ele após esgotar-se os outros recursos. “.

O Profeta Mohammad (saw) disse “Não batam nas servas de Allah;” “Algumas (mulheres) visitaram minha família se queixando de seus maridos (que batiam nelas). Esses (maridos) não são os melhores dentre vós:” e “(não é vergonhoso) que um de vós bata na esposa como (uma pessoa inescrupulosa) bate num escravo e depois vá dormir com ela ao final do dia?” (Riyadh al-Salihin, p 137/140). Em um outro hadith, o Profeta (SAW) disse “… Como um de vocês bate na esposa como bate no camelo, e depois a abraça (dorme com ela) …” (Sahih al-Bukhari, vol. 8, hadith 68, pag. 42/3)

Os mais fanáticos acreditam que a violência doméstica é evitável através da construção de nossa fé, da recordação e implementação dos mandamentos de Allah e do exemplo de Seu Profeta (SAW).

A preparação para o casamento e o aconselhamento premarital pode ajudar os futuros esposos a aprenderem as condições para a criar uma vida familiar saudável e livre da violência.

Administrar a raiva e o stress, desenvolver a habilidade de comunicação, tomar as decisões corretas para resolver os problemas são também muito importante na prevenção da violência doméstica. Só que muitas vezes essa violência ocorre por falta da mulher na sociedade exercer um papel importante.

Conclusão

A mulher muçulmana precisa ter maior destaque na sociedade. Ela é um ser social como o homem. O alcorão é um instrumento religioso de maior dominação que faz da mulher um ser diminuído e domesticado.

Sem poder de opinar e de expor seus sentimentos, a mulher vive a sombra dos ideais que deveria alcançar. O Islam tem posicionamento de igualdade entre os homens e as mulheres que na verdade não ultrapassa de uma fonte de poder e domínio, as mulheres são tratadas como bichos e até objetos da violência doméstica, devendo andar sempre cobertas como forma de preservação da sua imagem sem direito a ter prazer sexual e devem respeitar sempre os homens.

Devemos acreditar e ser otimista que a situação dessas mulheres devem melhorar, elas também têm direitos a igualdade e condições éticas, econômicas e culturais. E sua exclusão nesse contexto social só poderá ocorrer se as mesmas deixarem de aceitar essa situação miserável em que vivem e comecem a pensar uma forma mais humanitária de viver e poder lutar por ideais de justiça para hoje e para o futuro dessa civilização.