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Marketing e Advocacia: Quebrando Paradigmas

O cenário atual da advocacia brasileira aponta a existência de acirrada concorrência em praticamente todos os ramos do Direito, em função, dentre outros aspectos, do elevado número de advogados, oriundos dos quase incontáveis cursos de Direito, que dia a dia se proliferam pelo país. O reflexo imediato dessa elevada competição pode ser observado pela queda vertiginosa da lucratividade nos escritórios de advogados, desde às bancas mais antigas e experientes, até as mais novatas, sejam de pequeno, médio ou grande porte.

É necessário que se tenha em mente que um escritório de advocacia é, naturalmente, uma empresa prestadora de serviços e, como tal, necessita de “ferramentas” que permitam diferenciá-la em seu segmento de atuação, sob os mais variados aspectos, de forma a tornar sua própria atividade profissional sustentável.

O Marketing pode ajudar o advogado a conquistar seus objetivos de crescimento e desenvolvimento, mas precisamos desde já estar dispostos a quebrar paradigmas.

O termo “Marketing” tem sido utilizado com conotação extremamente pejorativa, no sentido de “enganar”, “mascarar a realidade”. O conceito de Marketing é erroneamente confundido com a aplicação de estratégias utilizadas para a venda de produtos e serviços de qualidade inferior, ou, ainda, como símbolo da ferramenta eficaz para a promoção de pessoas (inclusive políticos) de idoneidade duvidosa. Quem nunca ouviu frases como Tal produto não presta, é só marketing, ou O advogado tal é fruto de puro marketing?

Entretanto, a verdadeira definição de marketing está muito longe deste contexto.

“Marketing é a arte de criar e distribuir um produto ou serviço de forma econômica e rentável, de maneira a atender plenamente às necessidades e desejos do consumidor”

“Marketing é satisfazer pessoas de forma ética e verdadeira, marketing é fidelizar o cliente, marketing é transformar um produto num bem acessível a todos que o desejam.” (grifos nossos)Ronald Z. Carvalho (“Marketing por Ronald Z. Carvalho”, Editora Nobel, São Paulo, 1999, pág. 11.)

O Marketing proporciona:Ø Vantagem competitiva Ø Fidelização do clienteØ Diminuição de custosØ Lucratividade

Quem não quer isso?

Evidentemente, noções equivocadas restringem a aplicação das soluções de Marketing nas empresas. Nesse sentido, a “quebra de paradigmas” é necessidade que se impõe no mundo corporativo, sobretudo na advocacia, em que, para muitos, Marketing é sinônimo de “mercantilismo”.

Como pudemos constatar das definições acima, Marketing não é mercantilismo. O Marketing utiliza-se de ferramentas para expandir horizontes de atuação e alcançar rentabilidade, objetivo de toda e qualquer empresa que queira manter-se em funcionamento.

Em um momento de extremas mudanças no campo cultural, tecnológico, político, sociológico e, conseqüentemente, corporativo, qualidade na prestação dos serviços, produtividade e satisfação do cliente, são requisitos fundamentais para a conquista de espaço e reconhecimento profissional.

Há que se observar, contudo, que a aplicação de soluções estratégicas na gestão corporativa está fundamentada nos princípios de ética e respeito aos clientes, colaboradores e empresários, que é a própria essência do Marketing.

Foi-se o tempo em que Advocacia era sinônimo de segurança. A realidade nos evidencia que capacidade intelectual não é mais suficiente para obter o sucesso. Para quem não visualiza oportunidades e não se coaduna com seu próprio tempo, as chances de sobrevivência são muito pequenas.

A advocacia tem características próprias, bastante peculiares, razão pela qual o Marketing deve ser praticado pelo advogado e gestores responsáveis dentro dos escritórios sempre de acordo com o Código de Ética e Disciplina da OAB, diploma que rege os preceitos de ética e conduta profissional do advogado. Essa deve ser a proposta do Marketing Jurídico: posicionar, de maneira ética e responsável, o advogado e os escritórios de advocacia em sua área de atuação, visando à obtenção de resultados satisfatórios e antecipando as principais tendências no ramo do Direito.