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A linguagem na Guerra contra o Terror

O mundo vive assustado, ninguém sabe como será o amanhã, nem mesmo se haverá o amanhã.

O atentado terrorista do dia 11 de setembro, que vitimou milhares de americanos nos escombros do símbolo do sonho americano, as torres gêmeas do World Trade Center no coração financeiro de Nova York foi a gota dágua para a ofensiva americana em busca do inimigo invisível, uma vez que o terror pode estar em qualquer lugar.

Não se pode combater uma nação com a justificativa de dessa forma estará se combatendo o terrorismo, inocente é inocente em qualquer lugar do planeta, independente de sua nacionalidade, religião, cultura e principalmente nível social.

Essa guerra que já custou somente ao tesouro americano cerca de dois bilhões de dólares resultou em mais mortes, de inocentes é claro, e por ironia do destino americanos mataram americanos, por mais avançada que seja a tecnologia utilizada os erros existiram, e se repetem nesses quase três meses.O mais interessante é que nem mesmo os dólares americanos conseguiram garantir a transmissão das imagens e a efetiva cobertura da guerra nos padrões hollywoodianos como no caso da “Guerra do Golfo”.

A multimilionária CNN teve que se tornar telespectadora da desconhecida TV “Al-Jazeera”, cadeia de televisão de língua árabe com sede no Qatar. Fundada a pouco mais de cinco anos para ser a primeira fonte de notícias do mundo muçulmano, a tradução de seu nome quer dizer “A Ilha”.

A imprensa ocidental esta reaprendendo a fazer coberturas jornalísticas em campos de batalha, lamentavelmente vários jornalistas tiveram suas vidas ceifadas, ora por ingenuidade, ora por total falta de preparo para uma situação real de guerra.Nessa cobertura praticamente sem imagens, a imprensa escrita passa a ser a mais eficiente, e nesse caso não há como fugir das palavras completamente desconhecidas e de difícil pronúncia para o ocidente.

Pois bem, “Al-Jazeera” é apenas mais um termo de difícil pronuncia que nossos ouvidos começam a se acostumar, buscarei nesse texto esclarecer alguns desses termos.

O alvo até o momento inatingível chama-se Osama Bin Laden, multimilionário saudita, a os Estados Unidos responsabilizam pelos atentados do dia 11, assim como outros atentados pelo mundo ao longo dos últimos anos.

Osama Bin Laden é líder do “Al-Qaeda” ou a Rede, organização fundamentalista islâmica, segundo os Estados Unidos, foi criada em 1988 durante a guerra do Afeganistão contra a invasão soviética e entre seus objetivos estariam os atentados contra interesses norte-americanos.

“Talibã”, que vem da palavra persa “telebeh”, que se traduz como “buscador da verdade”, esta mesma palavra pode ser traduzida como “estudantes do Alcorão”. O Movimento “Talibã” é uma milícia islâmica que surgiu em setembro de 1994 recrutando egressos das escolas do Alcorão no Paquistão e no Afeganistão (a maioria da etnia Pashtun), o líder do “Talibã” é Mohammed Omar, também chamado de “Amir-Ul-Momineen”.

Etnia “Pasthun”, também chamada “Patane”, é a etnia mais numerosa do Afeganistão e representa 42% da população. Entretanto, se agrupada com outras tribos menores e aliadas, chega a 60% dos afegãos. Em sua maioria os “pashtuns” vivem no sul e no leste. Foi uma das tribos mais guerreiras do território e a base para a origem do regime “Talibã” e suas duras leis contra as mulheres e a diversão. O “pashtun” também é um dialeto persa. O “Talibã” tem como aliados o Movimento Islâmico do Uzbequistão (MIU), coalizão de grupos, cujo objetivo é o estabelecimento de um Estado islâmico na antiga república soviética.

Segundo a definição da escola teológica islâmica “Jihad”, é a luta interna e externa pela conversão em um bom muçulmano. A luta contra o infiel também pode designar a guerra santa que livra os muçulmanos da “cruzada judeu-cristã”, defende e expande o Islã.

A “Jihad Islâmica” é um grupo extremista egípcio. Ativo desde os anos 70, que luta para derrotar o atual governo egípcio e substituí-lo por uma república islâmica. Não se conhece com exatidão a fonte de seus recursos. Osama Bin Laden seria seu líder mais conhecido.

“Muyahidin” são os guerreiros que integram a Assembléia de Combatentes Islâmicos que vivem a “jihad” e tornam-se mártires com a morte. Somam milhares de ativistas, incluindo numerosos veteranos da guerra afegã, e dispõem de um variado arsenal que contém fuzis, morteiros e foguetes.

A sentença jurídica religiosa islâmica que, entre outras coisas, pode condenar a infidelidade ao Alcorão é conhecida como “Fatwa” e só pode ser promulgada pelos “ulemás”, juízes da lei corânica, os únicos habilitados para balizar os valores e a moral do Islã Em alguns casos, como o do escritor Salmán Rushdie, que escreveu o livro Versos satânicos, a sentença pode ser a pena de morte. Osama Bin Laden recebeu uma “fatwa” dos “ulemás” afegãos na qual se pedia que ele deixasse o Afeganistão por vontade própria.

Apoiando os americanos e seus aliados esta a Aliança do Norte, coalizão de diferentes facções afegãs opostas ao regime “talibã” e que foi criada no mesmo ano da vitória deste, em 1996.

Não poderíamos deixar de mencionar o “Hamas”, grupo radical que surgiu em 1987 para defender a implantação de um Estado palestino. O chefe espiritual do movimento é o xeque Ahmed Yasín. Junto com a “Jihad” islâmica se opõe às negociações do líder palestino Yaser Arafat com Israel porque não reconhece legítimo o Estado judeu “nas terras sagradas do Islã”. “Jihad”, segundo a definição da escola teológica islâmica, é a luta interna e externa pela conversão em um bom muçulmano. A luta contra o infiel também pode designar a guerra santa que livra os muçulmanos da “cruzada judeu-cristã”, defende e expande o Islã.

A “Jihad” Islâmica é um grupo extremista egípcio. Ativo desde os anos 70, que luta para derrotar o atual governo egípcio e substituí-lo por uma república islâmica.

“Hezbolá” significa Partido de Deus. Grupo radical xiíta fundado no Líbano em 1982 durante a guerra civil deste país para criar uma república islâmica. Sua “ideologia” se resume em um forte sentimento anti-israelense e anti-ocidental. O grupo recebe apoio econômico e político do Irã. ISI (Inter Services Intelligence):

Serviço de inteligência do Paquistão. É considerado o órgão com maior conhecimento sobre o Afeganistão.

As cidades onde ocorrem os combates ou bombardeios também, na sua maioria, eram meras desconhecias. Quem já tinha ouvido falar em “Kandahar”, cidade do sul do Afeganistão, último reduto e “capital espiritual” dos “talibãs”. Ali residiria o líder supremo “talibã”, o “mula” Mohammed Omar. “Jalalabad” bem como “Herat” são cidades do noroeste do Afeganistão, próximas ao Paquistão e ao Tadjiquistão.”Mazar-i-Sharif” é outra cidade situada ao norte do Afeganistão.”Islamabad” é a capital do Paquistão e “Cabul” do Afeganistão.

O principal órgão legislativo do Afeganistão é o “Loya Jirga” ou Grande Conselho onde reúnem-se tradicionais chefes tribais, “ulemás” e outros representantes para eleger um novo rei afegão.

As escolas islâmicas onde se preparam os estudantes do Alcorão são conhecidas por “Madrassa” ou “Madrassah”, nas “madrassas paquistanesas estudaram a maioria dos “talibãs” que tomaram o poder no Afeganistão.

Espero ter contribuído para a compreensão dessa triste página de nossa história, marcada pela falta de tolerância e respeito das culturas e diferenças entre os credos e suas interpretações, bem como extremismos existentes entre o oriente e o ocidente.Talvez falte a sensibilidade e coerência para entender que todos vivemos no planeta terra, e o ódio jamais poderá se sobrepor à paz.