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Sintese de O Principe e comparação com a atualidade.

Vida do autorIntroduçãoSintese da ObraAs 26 do Maquiavelismo”Os dez Mandamentos de Maquiavel”Paralelo entre as técnicas de governo citadas no livro, com a atual política brasileira.

VIDA DO AUTOR

MACHIAVELLI, Niccolò.

Filósofo e político italiano (1469-1527). É o fundador do pensamento político moderno. Nasceu em Florença e trabalhava como funcionário publico da República florentina a partir de 1498. Como chanceler e secretário de Relações Exteriores redige documentos oficiais e viaja em missões ao exterior. Em 1502 passa cinco meses como embaixador com Cesare Borgia, capitão geral da Igreja Católica em Roma e filho do papa Alexandre VI. Estadista inescrupuloso, Borgia domina o governo papal e usa todos os meios para conquistar novas terras e estender o domínio de sua família na Itália. Com o fim da República, em 1512, Maquiavel perde os cargos e é exilado. Escreve então sua Obra-prima, O Príncipe (1513-1516), um manual sobre a arte de governar. Inspira-se no estilo político de Borgia e revela preocupação com o momento histórico da Itália, fragilizada pela falta de unidade nacional, alvo de invasões e intrigas diplomáticas. Rompe com ética cristã ao defender a adoção de Estado. Considera legítimo o uso da violência contra os opositores dos interesses estatais. Morre na pobreza em Florença.

Introdução

“O Príncipe” é um Livro dirigido aos governantes e pode ser aplicado ao cidadão comum, pois apresenta como são as intenções de um governante ambicioso, que usa de tudo para conseguir o que quer, daí surge a palavra Maquiavélica. Na época, os ricos acharam que, esse livro, servisse para ensinar aos Duques como tirar deles todas as riquezas, e os mais pobres achavam “O Príncipe” como manual dos ricos destinado a orientar como tirar a liberdade dos pobres. É certo que, até hoje, ele tanto serve de manual de instruções, ou livro de cabeceira, aos governantes de plantão; como também, permite às camadas populares uma melhor percepção do que é capaz de fazer um político ganancioso, ainda no tempo presente, para conquistar ou para se perpetuar no poder.

Síntese da Obra

No livro inteiro, Maquiavel, induz aos governantes, que para se manter no poder impera a chamada lei do mais forte ou mais esperto. Suas idéias os recomendam a adotarem praticas animalesca nas ações agressivas, na demarcação territorial, no ritual e no estabelecimento da hierarquia social. O poder maquiavélico consiste em que suas intenções e finalidades são dissimuladas, utilizando-se de meios secretos e ocultos, imorais, agressivos e perversos para alcançarem seus objetivos. Demonstrando que pode ter reforçado em alguns aspectos, a tradição do pensamento antigo, em causar certo dano a ciência moderna. Ele não leva em conta às raízes sociais e econômicas dos conflitos no interior das formações sociais enfocando apenas as disputas do poder pôr príncipes – a disputa do poder pelo poder – tratando o cidadão comum como cidadão-soldado, distinguindo-o do cidadão-príncipe, esse sim, tratado como moralmente virtuoso, o que não reconhece a validade da organização popular e de massa em busca de igualdade de direitos.

Nesse livro Maquiavel, expressa apenas a realidade vista e analisada pôr ele. Mas poderíamos perguntar; O que fez Maquiavel para mudar o comportamento submisso do povo? Ao contrário disso ele pregou uma série de idéias para se conservar a dominação; “… não há coisa mais difícil de se fazer, mais duvidosa de se alcançar, ou mais perigosa de se manejar do que ser o introdutor de uma nova ordem, porque quem o é tem pôr inimigos todos aqueles que se beneficiam com a antiga ordem, e como tímidos defensores todos aqueles a quem as novas instituições beneficiam”.(Capitulo VI)

Em partes Maquiavel pensou de maneira completamente futurista, em relação aquela época, para muitos que viveram nela, considerava que a obra uma idéia satânica, devido à convicção que a tomada e conservação do poder é a única finalidade da política, e não provém de Deus e muito menos da sucessão natural de hierarquias fixas. Com essas idéias os governantes foram obrigados a apresentarem novas justificativas para a ocupação do poder assumido.

As teorias medievais eram teocráticas, tudo envolvia Deus, ou seja, ele era o centro de tudo e o renascimento procurava evitar a idéia de que o poder seria uma graça ou uma dádiva de Deus. Embora o autor criticasse as teorias medievais, não conseguia negar a idéia cristã de que o poder político só se torna legítimo se for justo, e que só será justo se estiver de acordo com a vontade divina.

As concepções de Maquiavel foram fundadas na sua experiência, no seu tempo, pois ele viu muitas lutas, ascensão e queda de governos em grandes cidades.Seu pensamento político apresenta respostas, tais como:

1. Não admite um fundamento interior à política;

2. Não aceita a idéia da comunidade constituída para o bem comum e a justiça;

3. Recusa a figura do bom governo encarnada no dirigente portador de virtudes morais;

4. Não aceita a divisão clássica da monarquia, aristocracia, democracia e suas formas corruptas. Para Maquiavel, o critério para avaliação de um líder, é a liberdade.

Na Europa, o sistema feudal vinha sendo substituído pelo modo de produção capitalista, sucedendo assim, soberanias pelas monarquias, centralizando o poder em Estados Nacionais, que desejavam o seu fortalecimento. Com exceção da Itália, onde sua unificação era dificultada pôr pequenos Estados, que promoviam guerras entre si; ao passo em que os grandes; como Milão, Veneza, o Papado, Florença e Nápoles; estabeleciam alianças com os outros países, deixando-a entregue à sorte das armas.

Maquiavel classifica os Estados como repúblicas ou principados, hereditários ou novos, estes conquistados ou recebidos. O autor distingue ainda os principados eclesiásticos, que são mais difíceis de serem conquistados por se sustentarem na rotina da religião.Analisando os principados civis, Maquiavel diz que um príncipe novo é muito mais vigiado que um hereditário, pois os homens são mais presos ao presente que ao passado. Nos Principados hereditários, é mais fácil conservar o procedimento dos governos antecessores e contemporizar as novas situações, para se manter o poder. Enquanto que nos conquistados, para que sejam suscetíveis à dominação, não podem ter suas leis e impostos modificados, nem a presença da linhagem do antigo príncipe. “… Cesare Borgia, vulgarmente chamado duque Valentino… receava… que o papa… procurasse tomar de volta aquilo que Alexandre lhe dera. Contra isso, procurou garantir-se de quatro modos: 1… eliminando todo o sangue dos senhores que havia espoliado…, 2… atraindo para o seu partido todos os gentis-homens de Roma…, 3… controlando o máximo possível os votos no Colégio…, 4… conquistando tanto poder antes da morte do papa, que pudesse pôr si mesmo resistir a um primeiro ataque”.(Capitulo VII).

Caso se torne senhor de uma cidade habituada a viver livre com várias concepções políticas entre seus habitantes e lideranças emergentes, é necessário destruí-la para não ser destruído pôr ela, porque ela sempre invocará, na rebelião, o nome de sua liberdade e de sua antiga ordem. “… nas republicas há mais vida, mais ódio, mais desejo de vingança”. (Capitulo V). Um recurso útil, para manter o controle pôr um principado conquistado, é ir habitá-lo, para tornar-se acessível ao povo em casos amistosos, tornando assim, próximo para ser amado ou odiado, conforme o caso.

Para Maquiavel existem dois modos de se governar: um com necessidade de outrem, auxiliado por ministros, que no governo são apenas servos; o outro pôr si mesmos, pôr um príncipe e barões os quais, não pôr favor do senhor e sim pôr tradição de sangue. Um homem prudente deve sempre seguir os caminhos abertos pôr grandes homens e espelhar-se nos que forem excelentes, pois mesmo numa imitação falha, há muita coisa para ser aproveitada. É melhor que introduzir uma nova ordem e desagradar aos que se beneficiam da antiga.

Os que pela virtude se fazem príncipes, conquistam com dificuldade, mas com facilidade o conservam, atendendo a máxima de que todos os profetas armados vencem, ao passo que os desarmados fracassam.

Há duas formas de chegar ao poder: Pelo golpe ou pelo apoio do povo. Quem se torna príncipe pela vontade popular precisa manter-se amigo do povo, quem obtém de outra forma precisa conquistar-lhes a amizade. Ser amado é o principal, conquistando assim a confiança de todos.

Maquiavel concluiu que seria melhor perder somente com suas tropas que vencer auxiliado pôr terceiros, pois numa guerra não convêm ajuda de aliados, pois se perder a guerra estaria abatido pelo inimigo e se vencer ficará prisioneiro dos aliados. Segundo ele, seria menos perigoso o uso de tropas mercenárias, ainda que essas, pela sua natureza, apresentassem o perigo da covardia. “… somente os príncipes e as republicas armadas fazem progressos imensos, enquanto que exércitos mercenários trazem apenas danos”. (Capitulo XII)

Para o autor as principais bases que os Estados possuem: novos ou velhos, mistos ou não, são boas leis e bons princípios. Não existem boas leis onde não existam boas armas. As mercenárias e auxiliares são inúteis ou perigosas. “Quem tem o seu estado baseado em armas mercenárias jamais estará seguro e tranqüilo…” (Capitulo XII). Os príncipes de prudência repeliram sempre tais forças, antes perder com as suas que vencer auxiliados pôr terceiros.

O príncipe não deve ter outra finalidade senão a guerra, seu regulamento e disciplina, pois é a única arte que se atribui a quem comanda. “O príncipe apenas terá adiado a sua derrota pelo tempo que adiado o ataque, sendo espoliado pôr eles na paz e pôr inimigos na guerra”.(Capitulo XII).

Para conservar o seu Estado, muitas vezes, vai ser obrigado a agir contra a caridade, a fé, a humildade e a religião. Ele precisa ter duas razões de receio: Uma de origem interna, da parte de seus súditos, outra de origem externa, da parte dos de fora. Não tem porque temer as conspirações se ele é querido do povo, porém se não for, deve-se temer a tudo e a todos. “… O príncipe que tiver mais medo do povo que dos estrangeiros deverá construir fortalezas; mas o que tiver mais medo de estrangeiros do que do povo deverá deixá-las de lado…”. “… A melhor fortaleza que existe é não ser odiado pelo povo…” (Capitulo XX).

O príncipe que tem uma cidade forte e não seja odiado pelo seu povo não pode ser atacado e ainda que fosse não seria derrotado. “… os homens são inimigos de empreendimentos em que vêem dificuldades e não se pode ver facilidade em atacar alguém que tenha suas terras fortificadas e não seja odiado pelo povo”.(Capitulo X).

Um Príncipe não precisa absolutamente se preocupar com a fama de cruel, “… não se afastar do bem, mas saber entrar no mal, quando necessário”. (Capitulo XVIII). A crueldade é necessária para manter seus súditos unidos, obedientes e dispostos a lutar. Para disfarçar basta ir empregando aos poucos, fazendo demonstrações de que é piedoso, “Deve parecer… toda piedade, fé, integridade, humanidade e religião”. (Capitulo XVIII), para ser considerado como mais piedoso do que todos aqueles que, pôr muita piedade perdem o controle, deixando evoluir as desordens. Assim, será considerado piedoso e não cruel. “… todo príncipe deve desejar ser considerado piedoso e não cruel;…” (Capitulo XVII). Contudo, “… é mais sábio ficar com a fama de miserável, que gera uma infâmia sem ódio, do que, pôr desejar o renome de liberal, precisar incorrer na fama de rapace, que gera uma infâmia com ódio”. (Capitulo XVI).

Os homens, em geral, julgam as coisas mais pôr olhos que com as mãos, porque todos podem ver, mas poucos podem sentir. “… louvarei quem fizer fortalezas e quem não as fizer também; e reprovarei quem quer que, confiando nas fortalezas, pouco se preocupar pôr ser odiado pelo povo”.(Capitulo XX)

Os homens têm menos receio de ofender a quem se faz amar do que a outro que se faça temer, pois o amor, segundo Maquiavel, é rompido sempre que lhes interessa, enquanto o temor é mantido pelo medo ao castigo. “… como os homens amam segundo sua vontade e temem segundo a vontade do príncipe, deve este contar com o que é seu e não com o que é de outros, empenhando-se apenas em evitar o ódio,…” (Capitulo XVII). Não confundir temor com ódio; “… é muito mais seguro ser temido do que ser amado”.é, no entanto, “… perfeitamente possível ser temido e não ser odiado ao mesmo tempo…” (Capitulo XVII).

Um príncipe deve mostrar que ama as virtudes e honra a aqueles que se destacam. Ao mesmo tempo deve punir severamente e de forma exemplar aquele que errar, ou seja; que pratique atos não desejáveis pelo príncipe. Assim, o príncipe expõe à observação dos homens que estão ao seu redor, aquilo que lhe agrada e o não lhe é aceito.

O príncipe precisa ainda de canais para conhecer a verdade, sem, contudo dar poder a eles. “… não te ofendem, (os homens) ao dizerem a verdade. Se, porém, todos a puderem dizer, te faltarão com o respeito”. (Capitulo XXIII). Já o ministro será bom se não pensar em si mesmo, mas no príncipe. “… os bons conselhos devem brotar da prudência do príncipe”. (Capitulo XXIII). Os conselhos venham de onde vierem, nascem da prudência do príncipe, e não a prudência do príncipe de bons conselhos. “Deve escolher um sábio e conceder-lhe livre arbítrio para lhe dizer a verdade quando o príncipe quiser saber”. (Capitulo XXIII). Pensa-se, naturalmente que as coisas do mundo são dirigidas pela fortuna e pôr Deus, de modo que a prudência não as corrige nem remedia. Pôr outro lado, a doutrina suscitou a reação do antimaquiavelísmo político consistente na necessidade de conciliação entre a norma política e moral.

As 26 do Maquiavelismo

Foram escolhidas 26 passagens de seu livro em que muitos políticos se baseiam, nas quais, seguem abaixo:

1. Os fins justificam os meios. “… os meios serão sempre julgados honrosos e louvados pôr todos, porque o vulgo está sempre voltado para as aparências e para o resultado das coisas…” (Capitulo XVIII).

2. É melhor ser temido do que amado.

3. É preciso enfraquecer os poderosos, agradar aos súditos, manter os amigos e proteger-se dos companheiros. Entre seus inimigos estão companheiros. Considere teus inimigos todos os insatisfeitos pôr estares no poder, mesmo àqueles companheiros mais próximos, que te ajudaram a ali chegar, pois não terás como atender a todos os desejos desses como, os mesmos, gostariam.

4. “É melhor ser impetuoso que tímido”.(Capitulo XXIII).

5. “Os homens, se não sejam mimados devem ser aniquilados”, pois podem vingar-se de ofensas leves, porém não das graves. Deve-se bater de tal forma que não se tema a vingança.

6. Mais importante do que ser é parecer ser. Não é necessário ter todas as qualidades, mas é indispensável parecer tê-las. Se as tiver e utilizar sempre, serão danosas, enquanto, se parecer tê-las, serão úteis. “… empenhar-se para que, em suas ações, se reconheça grandeza, ânimo, ponderação e energia”.(Capitulo XIX)

7. É melhor, cortar o mal pela raiz. “… no principio o mal é fácil de curar e difícil de diagnosticar, mas, com o passar do tempo,… torna-se mais fácil de diagnosticar e mais difícil de curar”.(Capitulo III)

8. Na ilusão, o povo se rebela contra o seu líder. Os homens trocam, na melhor das intenções, de líder, pensando melhorar, e esta crença leva-os a lutar contra o líder atual. Quando caem na real que foram enganados, já é tarde, as coisas já pioraram.

9. Não se deve adiar uma guerra: “… as guerras não se evitam e, quando adiadas, trazem vantagem ao inimigo. (…)… não se deve jamais deixar uma desordem prosperar para evitar a guerra,…” (Capitulo III).

10. Arruina-se quem serve como trampolim político. “… arruina-se quem é instrumento para que outro se torne poderoso,…” (Capitulo III).

11. “… os homens ferem pôr medo ou pôr ódio…” (Capitulo VII).

12. Nunca é tarde para preparar a base. “… quem não firma antes os alicerces, poderá entregar-se depois a esse trabalho, se é possuidor de grande capacidade, se bem que com amolação para o arquiteto e perigo para o edifício”.(Capitulo VII).

13. É preciso conquistar as pessoas. “… as amizades que se obtêm mediante pagamento se compram, mas não se possuem,…” (Capitulo XVII).

14. Surpreenda aos que, de ti, esperam o mal. Como os homens se ligam mais ao seu benfeitor se recebem o bem quando esperam o mal, neste caso, o povo se torna mais rapidamente favorável ao príncipe do que se ele tivesse sido conduzido graças ao seu apoio. (Capitulo IX).

15. Faça o mal de uma vez e o bem aos poucos. “… o conquistador deve examinar todas as ofensas que precisa fazer, para perpetuá-las todas de uma só vez e não ter que renová-las todos os dias. Não as repetindo, pode incutir confiança nos homens e ganhar seu apoio através de benefícios… As injúrias devem ser feitas a fim de que,…, ofendam menos, enquanto os benefícios devem ser feitos pouco a pouco, para serem melhor apreciados”.(Capitulo VIII)

16. Assuma pessoalmente o comando militar. Os principais fundamentos de todos os estados… …são boas leis e boas armas. (Capitulo XII).

17. O politicamente correto, nem sempre é o que se deve fazer. “… aquele que trocar o que se faz pôr aquilo que se deveria fazer aprende antes sua ruína do que sua preservação;… um príncipe se quiser manter-se, (necessita) aprender a poder não ser bom e a se valer ou não disto segundo a necessidade”.(Capitulo XV).

18. Não subtraia o patrimônio das pessoas. “… os homens esquecem mais rapidamente a morte do pai do que a perda do patrimônio”.(Capitulo XVII).

19. Não é preciso cumprir uma palavra dada quando ela se torna prejudicial. “Um príncipe prudente não pode nem deve, guardar a palavra dada, quando isso se torna prejudicial ou quando deixem de existir as razões que haviam levado a prometer. (…)… os homens são maus e não mantêm sua palavra para contigo, não tens também que cumprir a tua”. (Capitulo XVIII).

20. O povo tem memória curta.

21. Nunca volte atrás de suas decisões. “… junto às intrigas privadas dos súditos, deve firmar suas decisões como irrevogáveis e manter sua posição de modo que ninguém pense, em enganá-lo nem fazê-lo mudar de opinião”.(Capitulo XIX).

22. Para punir use terceiros e para elogiar apareça. “… os príncipes devem fazer os outros aplicarem as punições e eles próprios concederem as graças”. (Capitulo XIX).

23. Repercuta um prêmio ou uma punição dada. Quando alguém realizar uma coisa extraordinária, para o bem ou para o mal, deve-se premiá-lo ou puni-lo, com muita repercussão.

24. Divisão interna só beneficia o inimigo “… quando o inimigo se aproxima, as cidades divididas costumam render-se logo, porque sempre a parte mais fraca se alia às forças externas e a outra não pode governar”. (Capitulo XX).

25. Não deves ficar neutro numa guerra. Numa guerra entre terceiros terás que se posicionar a favor de um ou de outro, caso contrário, serás sempre presa de quem vence. O vencedor não vai querer amigos suspeitos e o perdedor te rejeitará. “… quando te aliares corajosamente a uma das partes, e sair vencedor aquele a quem se associaste, ainda que seja poderoso e não fiques em sua dependência, ele terá contraído obrigações e laços de amizade para contigo”. (Capitulo XXI).

26. “Há três gêneros de cérebros: um entende pôr si mesmo, outro discerne aquilo que os outros entendem e o terceiro não entende nem a si nem aos outros. O primeiro é excelentíssimo, o segundo é excelente e o terceiro inútil…” (Capitulo XXII).

“Os Dez Mandamentos de Maquiavel”.

1º Zelai apenas pôr vossos interesses

2º Não honreis a mais ninguém além de vós

3º Fazei o mal, mas fingi fazer o bem.

4º Cobiçai e procurai fazer tudo o que puderes.

5º Sede miserável.

6º Sede brutal.

7º Lograi o próximo toda vez que puderdes.

8º Matai os vossos inimigos e, se for necessário, os vossos amigos.

9º Usai a força em vez da bondade ao tratardes com o próximo.

10º Pensai exclusivamente na guerra.

Nicolau Maquiavel (1469-1527).

Paralelo entre as técnicas de governo citadas no livro, com a atual política brasileira.

A partir deste momento será traçado um paralelo entre os ensinamentos de Maquiavel e o momento atual da política brasileira, o governo FHC, o qual pode ser caracterizado como um momento de mudanças históricas no Brasil.

É primeira em toda a história brasileira, o país é governado por um presidente que é Sociólogo, isto é, entende profundamente o que se passa nas cabeças dos componentes de cada classe social do povo brasileiro, que é declaradamente seguidor de Maquiavel, carismático e com grande poder de persuasão. Deste modo, pode-se dizer que FHC é o tipo do homem que se valendo dos movimentos certos e utilizando as “peças” certas, pode se manter no poder seguindo todos os passos do “manual” O Príncipe.

Para se entender melhor o momento atual da política brasileira e os ensinamentos de Maquiavel, é preciso entender antes de mais nada, a diferença entre um líder e um ditador. O líder conquista seus seguidores através de respeito mutuo e troca de opiniões, é eleito pelo seu povo, o que é a base da democracia. O ditador conquista o poder a força, faz o que acha certo sem consultar os envolvidos, e permanece no poder também pela força.

A política brasileira é o que se pode chamar de uma “Democracia Ditatorial”, isto é, através esquemas políticos com base nos ensinamentos de Maquiavel, conseguiu-se estabelecer “democraticamente” (através de voto popular) uma ditadura civil.

Isto é possível ser observado mais claramente , ao se traçar uma paralelo entre os fatos que marcaram esta ascensão e manutenção do poder no governo atual e alguns pensamentos retirados do livro O Príncipe de Maquiavel:

1. A preparação e ascensão

“conquiste a confiança do imperador e seus súditos”1994, o então ministro FHC consegue difundir suas idéias com a aprovação de toda a bancada do governo, se tornando amigo pessoal do Presidente Itamar;1995, com o sucesso do plano real, FHC é eleito Presidente do Brasil. “Conquistando o poder, certifique-se que eliminar todos os seguidores do imperador anterior”Assim que FHC é nomeado Presidente, Itamar é enviado para Portugal como embaixador.

2. A Manutenção do Poder”Se não puder ser amado e temido igualmente, é melhor ser temido”.”Mantenha ao seu lado aliados fortes”Corte nas aposentadorias e no salário dos professores;Aumento de salário para o judiciário e para os militares. “Quando fizer o mal, faça de uma só vez e de forma destruidora para que o inimigo não possa revidar. Quando fizer o bem, procure fazer aos poucos para ser lembrado sempre”.Medidas tomadas e executadas em prazos recordes: CPMF;Demissões em massa;Privatizações;Medidas ponderadas e demoradas:Aumento dos professores.Salário mínimo;

“Os fins justificam os meios”1998- FHC é reeleito em 1º. Turno com votação recorde.