O presidente do Tribunal de Justiça do Rio, desembargador Marcus Faver, disse acreditar que o governador do Estado, Anthony Garotinho, reconheça que está mal orientado por afastar policiais envolvidos em corrupção, sem o necessário processo administrativo. “Nenhum juiz , nenhum desembargador, nenhum cidadão de bem, quer policial corrupto em atividade. Mas também não podemos admitir que o governador utilize mecanismos inadequados para fazer leis como bem entender”, observou Faver.
O desembargador disse ainda que o governador está cometendo um erro jurídico ao desobedecer a lei e tentar jogar a população contra o Judiciário, e está cometendo um erro político ao se mostrar despreparado para o regime democrático, onde o princípio básico é a obediência às leis. “Não foi feito qualquer processo contra os policiais acusados e isso é inconcebível num sistema legal”, destacou.
O presidente do TJ disse, ainda, estar certo de que o governador vai voltar atrás, que vai admitir que falou em não obedecer a Justiça num momento em que estava sob tensão, porque, caso contrário, não restará outra alternativa a não ser levar adiante o processo de intervenção no Estado. “Não nos restará outro caminho, infelizmente, mas tenho a certeza de que isso não será necessário”, observou Marcus Faver. “Quem tem que julgar os acusados é a Justiça. Senão amanhã o governador implica com outros funcionários e usa poderes ditatoriais contra eles”, completou.
