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A juventude é o futuro

1.Introdução. 2.A importância de um conceito de vida.3.A experiência de vida do adulto. 4.O exemplo dos maiores. 5. Frases de um diário.

” O fracasso de tantos seres ao enfrentar a vida obedece em grande parte à falta de preparação para encará-la e vencer as resistências do ambiente onde cada um atue.” (Da Sabedoria Logosófica) Para tudo na vida devemos nos preparar. Até para as coisas mais simples, como, por exemplo, fazer uma viagem. E nesse preparo devemos incluir, também, os possíveis imprevistos. A programação é, então, fator de êxito. Como se preparar para a vida? O que levar em conta nesse preparo? Quando menino, tomei contato com um livro intitulado: “É perguntando que se aprende.” E o personagem desse livro andava pela cidade e para chegar ao seu destino, perguntava e as respostas o levaram aonde queria. Em nossa vida acontece algo semelhante? Qual é o nosso destino? Onde queremos chegar? Estou aprendendo que “não é somente perguntando como se chega a saber as coisas; também é necessário estudar o que se quer saber.” O que quero saber da vida? Quais os requisitos para se preparar para a vida? Qual o conceito que tenho da vida? Como considero a vida? Para que serve a vida? A vida é acordar, trabalhar, dormir ? A IMPORTÂNCIA DE UM CONCEITO DE VIDA. O conceito admitido passa a reger a nossa conduta. Se considero a vida como uma grande diversão. Ela não passará dessa diversão. Se encaro a vida como uma grande oportunidade para evoluir, adquirir conhecimentos. A vida tomará outras proporções. E deixará de ser limitada. O conhecimento amplia a vida. E, dependendo da natureza desse conhecimento, essa vida poderá ser ainda mais ampla. Pois há os conhecimentos utilitários, que atendem a nossa subsistência e os conhecimentos formativos dos caráter que transcendem ao saber corrente, pois são de natureza superior e se adquirem através do esforço próprio.

Assim, se procuro ampliar o meu conceito de vida estarei propiciando a mim mesmo uma ampliação de minha própria vida. Ao ver na vida uma grande oportunidade de estudo e de experimentação, percebo que ela me oferece uma infinidade de motivos para observar, para aprender e levar para o meu acervo interno muitos conhecimentos que me servirão em minhas atividades diárias. A vida vista dessa forma, é muito estimulante porque passa a ser um constante campo de aprendizado.

A vida é, também, luta. Não uma luta que destrói, que corrompe, que aniquila, violenta, mas uma luta orientada pelo conhecimento, edificante.

“A vida humana deve ser um constante esforço de superação, de compreensão, de realização, única forma de se aproximar, passo a passo ao Pensamento Criador…”

Vivemos a vida interna, que o conhecimento logosófico nos ajuda a conhecer, e a vida externa. A vida interna compreende o que vivo com os meus pensamentos, meus sentimentos e minhas emoções. A vida externa eu a vivo em contato com tudo o que se vincula a mim.

Compreendo hoje a vida como a soma de todos os valores e significados que encerra. A vida é muito mais que as circunstâncias fáceis ou difíceis, alegres ou triste que experimento.

E os problemas pequenos ou grandes que enfrentamos ou criamos, estou aprendendo que devo colocá-los todos dentro da vida e não, como fazem muitos, COLOCAR A VIDA DENTRO DOS PROBLEMAS, O SAUDÁVEL É COLOCAR OS PROBLEMAS DENTRO DA VIDA, porque, repito, a vida é muito mais que os problemas.

Muitas ou algumas vezes fracasso nessa luta que a vida me oferece e como fico frente a esses fracassos? Como encaro os fracassos? Como superá-los? Como evitá-los?

A orientação que encontro na Logosofia, nesse ponto, é a de tomar cada fracasso como princípio de vitória, de triunfo, desde que extraia da derrota o elemento que me faltou para vencer. Dessa forma, sou convidado sempre a analisar esses fracassos, procurando a falha ou falhas, ou a causa do erro cometido e, com isso, não me sinto alquebrado e desmoralizado com a derrota, pois a partir desse instante ela se constitui num estímulo para vencer o obstáculo.

Ter um objetivo na vida é uma chave para encará-la com valor. E um objetivo que elegi para minha vida é o do aperfeiçoamento. Ser melhor.

Todos nós seres humanos somos propensos a nos deixar levar pelas emoções tristes, amargas, violentas ou ingratas. E isso altera o nosso sistema nervoso, faz ressentir a nossa saúde e, ao lado disso, torna áspero o nosso caráter. Como evitar tais efeitos nocivos?

Estou aprendendo a opor a uma emoção pessimista outra otimisma, alegre, estimulante; a uma violenta, outra serena. E como isso me faz bem e é eficaz! E me faz recobrar as energias perdidas.

Tudo na vida tem de ser feito com valor, valor sereno, firme.

Em minha vida vejo que esse valor é uma força que me ajuda a enfrentar com inteireza e compreensão as situações difíceis. Se descuido e permito que o temor invada o meu ser nesses momentos de dificuldades, fico deprimido, amargurado e triste. E para não temer eu preciso adquirir o conhecimento. O valor não existiria sem conhecimento. E pensar que em uma época de minha vida eu temia Deus. Por quê?

Estou aprendendo com Logosofia a ser valente. É preciso ser valente para viver a vida. Quantos vivem no mundo atemorizados, sugestionados pelas notícias diárias, alarmistas, produto de um mundo convulsionado e cheio de perigos?

Em que deve estar apoiada a valentia? Pela responsabilidade individual. O que é ser valente? É dar mostras de segurança pessoal.

Qual a última coisa que o ser humano deveria perder? O VALOR. Havendo valor há vida, há esperança de que o panorama da existência mude de um momento para outro. Quando não o há, o desalento aprisiona o homem.

Como, então, sentir a alegria de viver? Trocando o temor, se houver, pelo valor.

O que devo fazer se me proponho, seriamente, a aperfeiçoar minha vida? Não devo deixar nela, nessa vida que é minha, parte alguma sem modificar.

Pergunto-me, às vezes, COMO VIVER BEM A VIDA? Via que muitos pensavam que a vida se vive bem quando se a desperdiça. Hoje, entendo que se VIVE BEM A VIDA QUANDO A AMPLIAMOS e, ao ampliá-la, geram-se energias que formam o valor. É como se novas porções de vida se somassem à própria vida. Hoje, entendo, que viver bem a vida é POUPÁ-LA, porque dessa POUPANÇA poderei fazer uso no futuro.

Como viver em permanente juventude? O segredo está em ME INTERESSAR POR NOVOS MOTIVOS. Devo ser como os rios que renovam constantemente suas águas. RENOVAR SEMPRE OS MOTIVOS PARA VIVER.

Poderíamos aqui afirmar que A VIDA SEM CONHECIMENTO É NADA E COM CONHECIMENTO É TUDO.CONHECER PELO ESFORÇO PRÓPRIO E SABER POR REFERÊNCIA DE OUTROS. (Visitar um país e relatar para outra pessoa). Eu tenho que conhecer os fatos ou as coisas pelo esforço próprio. Saber por referências de outros, significa estar exposto a modificar a informação obtida cada vez que uma ou outra eventualidade põe em evidência que não se está ajustado à realidade.

Quanto mais conhecimentos eu possua mais vida terei.Vemos assim que o conhecimento é a vida mesma, que sem ele ela é árida e fria e carece dos atrativos superiores que a fazem grande e querida.

De fato, ” É O SABER O QUE AMPLIA A VIDA PERMITINDO À ALMA EXPERIMENTAR AS MAIS ACENTUADAS MANIFESTAÇÕES DE FELICIDADE E BEM ESTAR”

“A vida é ampla quando a dominamos, curta quando esta nos domina.”

Qual é a primeira oportunidade que o homem tem?

É a de haver vindo a este mundo, oportunidade que se estende a todo o curso de sua vida.

Como aproveitar essa oportunidade? Cultivando a vida e a enaltecendo em uma constante superação integral.

“Viver; eis aí a grande palavra. Viver e ser dono sempre da vida; eis aí outra palavra mais. Viver para ser sempre, para sentir sempre e amparar a quem está sob nosso cuidado; viver uma vida ampla e intensa iluminando a alma com os grandes caudais de conhecimento que generosamente nos oferece a Sabedoria Universal. Eis aí o grande desiderato.”

Todos amamos a vida. Por quê? Será pelo medo de perdê-la?”…todos amamos a vida, mas não pelo que a vida nos dá, senão porque nos foi entregue para que façamos dela o melhor dos usos. Amamos a vida porque nos vem de Deus, que é quem criou todas as coisas; porque essa vida lhe pertence; e porque amando nossa vida amamos a Deus.”

Como vencer a morte?

“Se vence a morte vencendo a inércia, que é ausência de vida; vencendo a distração que é ausência de consciência, enquanto o coração palpita ao ritmo do que chamais vida.”

Na faculdade, tinha um colega que era muito materialista e certa vez numa conversa em que falávamos sobre a vida além túmulo, lembro-me que lhe dissera que estava aprendendo a viver várias vidas aqui mesmo na terra. Ele se assustou e, então, eu lhe expliquei: vivo a vida do trabalho, a vida da família, etc.

E por falar em família, nada nos auxilia mais nesse preparo para a vida do que a família, essa instituição que não foi criada pelo homem.”A família é tão necessária para que a moral subsista como imprescindível é esta para que o homem não se perca nos braços da licença.”A família é a fonte mais pura das inspirações do ser humano.Ela “deve constituir um santuário de afetos que adoce e tempere os ânimos do homem na luta, e ser sempre o refúgio mais cálido onde seu coração compense as amarguras e os reveses do momento, confundindo sua dor com a alegria inocente dos filhos e a carícia da boa esposa que ao passar a mão por sua fronte entristecida, afasta de sua mente as sombras sinistras que lhe atormentam”.

Desde pequeno fui aprendendo com meus pais a valorizar o meu lar. Cresci num lar bem constituído onde reinam o amor, a confiança e o respeito. A Logosofia me fez tomar consciência disso e a dar continuidade em meu lar, que constitui, ao cultivo desses valores e mais ainda a cultivar outros valores e atitudes que preservam o ambiente desse lar.E uma orientação logosófica que sempre tenho em conta e que contribui em muito para a harmonia do ambiente familiar é a seguinte:

“O dia em que decida constituir um lar, cuide de que esse lar seja o mais íntimo possível. Esse lar terá que ser sagrado para você. Nele encontrará o carinho, a atenção e o repouso que não achará em parte alguma.”

Nesse esforço constante de me aperfeiçoar fui encontrando no saber logosófico verdadeiras chaves que abriam as portas de meu entendimento e me permitiam ver e compreender coisas maravilhosas.

Hoje compreendo, por exemplo, que o amor é o primeiro passo para a constituição da família. E que esse amor contém três elementos básicos: A CONSTÂNCIA, A PACIÊNCIA e a TOLERÂNCIA, virtudes que me empenho em cultivar, auxiliado pelo saber logosófico, porque sei que elas devem sustentar esse amor.

Outro conceito que nos ajuda muito nesse preparo para a vida é o CONCEITO DE FELICIDADE.

A Logosofia define a felicidade como sendo “algo que a vida nos oferece através de pequenas porções de bem”.

Estou aprendendo a buscar a felicidade em muitos pontos. Se num ponto fracasso, noutros posso alcançar a vitória.

“Uma das causas da infelicidade humana obedece à ignorância dos seres acerca do comportamento que lhes corresponde observar em cada um dos atos de sua vida.”

Todos aqui presentes já tivemos um ou mais momentos de felicidade, de alegria. Entretanto, nem todos recordamos esses momentos com gratidão.

A minha experiência indica que deve perdurar tudo aquilo que sendo grato à vida, há de permanecer nela, identificando-se com o ser como algo próprio.

O que a felicidade promove em nossa vida?

“…a felicidade adoça a vida enchendo-a de esperança e graça…” “Só o conhecimento superior pode por ao homem em contato com essas pequenas porções de felicidade que a vida lhe oferece; e uma vez alcançadas já não as poderá perder, pois se haverão integrado a sua vida.”

A EXPERIÊNCIA DE VIDA DO ADULTO.

A experiência do ser adulto é importantíssima. Mas onde está essa experiência? O adulto a transmite ao jovem? Como a transmite? É bom lembrar que quando um pai dá um conselho a um filho, ele, naturalmente, já viveu tudo o que esse conselho encerra e que, ao expressá-lo, quer evitar ao filho o que para ele foi motivo de sofrimento ou causou-lhe danos. Gostaria de lembrar aqui o que li em um livro em que o autor relata o seguinte :

” …encontrava-me, sendo criança, em uma estância e, como todas as crianças, gostava de me afastar das casas e correr pelos campos. Um dia, saí montado em um petiço, com o propósito de ir até um rio muito distante, ao qual para chegar, tinha que atravessar montes e serras. Andando um pouco, encontrei no caminho o capataz da estância, acompanhado por alguns camponeses, que ao ver-me, perguntou amavelmente aonde ia; ao responder que me dirigia ao rio, disse-me:

– “Para chegar ao rio, terá que passar por três porteiras; tenha cuidado, menino, porque ali existe gado bravo, e quando vê gente nova é capaz de atacar” . Eu já tinha ouvido falar dessa boiada, mas por efeito, talvez, dessa célebre reprodução mental do dedo tocando o vidro da lâmpada, decidi continuar o caminho. As porteiras que tinha que cruzar para chegar ao rio eram dessas antigas, cujos paus horizontais, superpostos, se introduzem nos orifícios de dois postes verticais colocados em ambos os lados do caminho. Ao passar pela primeira, lembrei-me da RECOMENDAÇÃO do capataz, o qual me havia dito que a deixasse aberta ou só com o pau inferior colocado, para o caso de que a boiada corresse atrás de mim. Quando atravessei a segunda, esqueci-me da recomendação e afastei-me após ter fechado a porteira com todos os paus; ainda bem que ouvi, próximo, um burro zurrar, e crendo que fosse um leão, ou algo parecido, rapidamente voltei para tirá-los. Ao passar a terceira porteira, já próxima do rio, também tirei os paus. Descia o vale, quando vi, de repente, a boiada pastando tranquila. “É a isto que chamam de gado bravo?” – disse-me, ao mesmo tempo em que decidia passar no meio deles. Não havia transcorrido um minuto, quando um touro enorme, que me pareceu de vinte ou trinta metros cúbicos, levantou a cabeça, olhou-me e, em seguida, começou a correr na minha direção e, com ele, todos os demais. Então sim, vi o perigo e fincando as esporas nas ilhargas do meu petiço, passei como um bólido pelas porteiras. Vendo que levava vantagem, ao chegar à última detive-me para fechá-la e deter, assim, a passagem das bestas.”

“Passado o mau momento, instantaneamente me recordei do capataz. Emocionei-me; enchi-me de ternura e compreendi quanto bem me havia feito sua PALAVRA; uma PALAVRA HUMANA, UMA ADVERTÊNCIA… Recordo que, quando lhe referi o ocorrido, me disse: – “Ah! Jovem, você se salvou porque tirou os paus da porteira. Meu filho foi morto por essa boiada.” Compreendi, nesse instante, quanto pode encerrar uma PALAVRA e como penetra quando é DITA PARA FAZER O BEM; compreendi, também, que esse homem tinha querido salvar em mim o seu próprio filho, e isto jamais pôde apagar-se entre as tantas recordações que existem em minha vida.”

Por outro lado, “não existem escritas em parte alguma – porque possivelmente não foi dado a ninguém abarcar semelhante empresa – as INUMERÁVEIS EXPERIÊNCIAS pelas quais o ser humano está exposto a passar durante sua vida. Daí que a JUVENTUDE se ache completamente órfã de conhecimentos e carente de quem possa guiá-la com verdadeiro acerto pelo mundo no qual penetra, evitando-lhe dar tropeço após tropeço e livrando-a, com isso, do que costuma afetar grandemente o coração, a mente e o espírito nessas ternas idades. Não quero significar com isto que se deva brindar a ela a mais absoluta facilidade, aplainando-lhe totalmente o caminho a seguir, pois isso seria tão absurdo quanto o anterior; mas sim, facilitar-lhe em parte o percurso desse caminho, ajudando-a nos momentos difíceis com a luz do conhecimento extraído das experiências, com o objetivo de evitá-las. Isto seria uma grande obra, capaz de chegar a infundir muita confiança na humanidade.” (ICL p. 236-últ.)

O EXEMPLO DOS MAIORES.

O exemplo avaliza todo ensinamento moral. É a imagem de uma realidade perfeita.

A moral se edifica com o bom exemplo, não com palavras.É o exemplo a maior das tradições vivas. Exemplos que possam ser seguidos.

FRASES DE UM DIÁRIO

Eis alguns ensinamentos extraídos do livro BASES PARA SUA CONDUTA do humanista argentino Carlos Bernardo González Pecotche:

“Una ao esforço a inteligência; trabalhará menos e fará mais.””Ocupe parte de seu tempo em se distrair, sem descuidar, evidentemente, das ocupações sérias que tiver.””Quem fala do que não sabe, se diminui ante os demais.””Você deverá tomar cada fracasso como princípio de triunfo, sempre que dele extrair o elemento que lhe faltou para vencer.” “Troque o temor, se houver, pelo valor, e sentirá a alegria de viver.””Afaste de vcê, para sempre, o temor, por ser sinal negativo da existência humana.

“O homem necessita de muito valor para viver e muito, também, para morrer.”

“A felicidade é algo que a vida nos outorga através de pequenas porções de bem.”

“O saber é a razão de ser da existência do homem na terra.”

“Não se conforme somente em saber que Deus existe. Você deve senti-Lo através das manifestações conscientes de seu próprio espírito.”

“Nunca faça mal a ninguém e, se puder, também evite com seu conselho que outros o façam.”

“Convém saber que a dignidade outorga ao homem a prerrogativa de ser respeitado não apenas em um momento de sua vida, senão em todos.”

“Coloque-se sempre de frente para a vida porque, se não o fizer, estará dando as costas à realidade.”

“Cultive a seriedade em plena juventude; isso lhe permitirá, mais tarde, desfrutar essa sã alegria que se sente quando se conseguiu vencer, a tempo, os pensamentos que distorcem o caminho da vida.”

“Trate em todo momento de ser útil, porém, faça-o de acordo com suas possibilidades reais.”

“Quando as lutas que a vida lhe oferecer forem duras, suavize-as.